Total de visualizações de página


sábado, 21 de fevereiro de 2015

8 de Fevereiro de 2015 - MR BIG & WINGER NA FUNDIÇÃO PROGRESSO (RJ)

Admito: abandonei o Blog...
Sim, parei de escrever, de postar e de fazer as resenhas dos shows que assisti. Estou voltando agora, quando o Blog ultrapassa a marca de mais de um milhão de visitas, e vou tentando aos poucos publicar os posts atrasados. Nesse reinício usarei como ponto de partida os dois grande shows que aconteceram no mesmo local: Mr Big e Winger!
Pode se dizer que a Fundição Progresso estava vazia, afinal a parte superior nem foi aberta ao público, em virtude dos poucos ingressos vendidos. Mas não estar abarrotado de gente acabou sendo excelente para os presentes que não precisaram se apertar pra curtir uma noite com duas das melhores bandas de Hard Rock de todos os tempos.
Winger nunca esteve na lista das minhas preferências no final dos anos 80 e início dos 90, justamente o período do auge máximo do Hard Rock (Hair Rock, Rock Farofa, AOR Rock, ou qualquer uma das centenas de denominações que esse estilo recebe, muita das vezes de forma pejorativa). O motivo era o  meu quase total desconhecimento da banda. Eu, como 99,9999% dos brasileiros, conheci o grupo através de um daqueles comerciais do cigarro Hollywood (“O Sucesso!!!”), que utilizou a melódica balada “Miles Away”. Confira:


Só depois que a febre do "Love Metal" passou, e com a pá de cal dada pelo Grunge, fazendo com que todas essas bandas começassem a ser execradas, é que comecei a conhecer a fundo o Winger, que passou a me chamar atenção principalmente por apresentar em todas as suas formações músicos de altíssima qualidade, como o grande baterista Rod Morgenstein, que foi integrante do Dixie Dregs, grupo que no fim da década de setenta marcou época com seu Rock instrumental virtuoso e que revelou para o mundo o super guitarrista Steve Morse.
Ainda com o público pequeno, o Winger abriu a noite, contando com três integrantes da sua formação clássica, Kip Winger (baixo, teclados e vocal),  Reb Beach (guitarra), e o já citado Rod Morgenstein (bateria). Completando o escrete o guitarrista Donnie Smith, que toca baixo enquanto Kip está nos teclados.
Em turnê de divulgação do álbum "Better Days Comin" (lançado em 2014), eles abrem com a nova “Midnight Driver of a Love Machine”, que foi recebida com entusiasmo por alguns fãs com camisa da banda, que beiravam seus quarenta e poucos anos. A empolgação deles aumentou em “Easy Come Easy Go”, canção da fase mais antiga.
E foi assim, intercalando novidades  como “Rat Race” e “Pull Me Under”(que não é uma cover do Dream Theater), com sons antigos como “Madalaine”e “Can’t Get Enuff”, que a banda foi colocando a platéia no bolso, apesar do som embolado, principalmente da bateria. Aos poucos a equalização foi melhorando, mas infelizmente a batera não ficou com a sonoridade ideal durante toda apresentação. 
Kip Winger é o líder e fundador da banda, e com competência exercia o papel de mestre de cerimônias, esbanjando simpatia e tentando ser o mais comunicativo possível com o público, mesmo com a barreira do idioma. Se no passado Kip fazia o estilo sexsymbol e "galã de permanente no cabelo", hoje em dia ele leva mais o estilo "tiozão do Rock and Roll", com cabelos mais curtos, e carregando uma mecha grisalha no topete. É... o tempo passa pra todo mundo!
Mas os anos não tiraram a potência e seu vigor vocal, e Kip abusava dos agudos e mostrava que o belo timbre de sua voz continua intacto. Já seu desempenho no contrabaixo é mediano. Suas linhas de baixo são simples e geralmente se limitam à marcação. É claro que tudo é feito com competência.
É sempre bom ver músicos de qualidade em ação. E naquela noite ambas as bandas são formadas por músicos excepcionais, portanto os solos são as partes mais esperadas. Coube ao novato Donnie Smith ser o primeiro a desfilar sua técnica sozinho no palco, mostrando uma surpreendente pegada blues em sua guitarra.
Muita decepção no aguardado solo de bateria de Rod Morgenstein. Se o som do seu instrumento já não estava bem equalizado e embolado, a situação piorou durante seu solo, pois ele usou uma base pré gravada de guitarra 
que estava com o volume bem mais alto, o que impedia de ouvirmos bem sua perfomance.
Reb Beach é também um  membro fundador do Winger, mas elea mantem paralelamente vários projetos, e antes de ter seu momento de estrela solitária no palco, o vocalista, Kip antes descreveu todo seu currículom contando de sua participações na banda de Alice Cooper, Dokken e Whitesnake. E Beach brilhou em um solo cheio de virtuosismo, pegada e bends repletos de sentimento e pegada; mostrando que ele não está à toa no posto que já fio um dia de Steve Vai, Adrian Vandengerg, John Sykes, entre outros feras.
É óbvio que o grande momento do show foi a dobradinha das baladas "Miles Away" e "Headed for a Heartbreak", onde a platéia cantou junto. 
E foi com "Seventeen" que o grupo encerrou seu set, e sairam ovacionados, nem parecendo que tratava-se de um show de abertura. 
No intervalo encontrei meu amigo Evaldo que me deu a triste notícia da terrível doença de Pat Torpey, baterista original do Mr Big. Eu desconhecia completamente o fato de que Torpey foi recentemente diagnosticado com Mal de Parkinson e que não apresenta condições físicas pra tocar bateria durante um show inteiro, e por conta disso, foi substituído na maioria dos números por Matt Starr.
Foi possível perceber que a quantidade de gente aumentou muito para o show do Mr. Big, mas ainda sim achei que o público ficou aquém do esperado. A banda veio ao Brasil para divulgar seu novo álbum “...The Stories We Could Tell”, e a participação de Torpey na nova turnê é sem dúvida uma emocionante e bela homenagem e um agradecimento pelos belos serviços prestados.
“Daddy, Brother, Lover, Little Boy”, ou “a música da furadeira”, foi o ponta pé inicial do trio original Eric Martin (vocal); Paul Gilbert (guitarra) e Billy Sheehan (baixo), mais o batera Matt Starr. O som já começou muito bom, com exceção do vocal que estava baixo. O volume da voz de Martin foi melhorando ao longo da apresentaçã, mas lamentavelmente se manteve sempre abaixo dos instrumentos.
O setlist foi pautado em cima do album “Lean Into It”, sem dúvida o melhor e mais vendido disco da carreira da banda, que conta com os sucessos “Take Cover”; “Wild World” (cover de Cat Stevens); “Alive and Kickin’”; “Just Take My Heart”; “Green-Tinted Sixties Mind” e “To Be With You”; além da já citada música que abriu o show.

Mr. Big é o tipo de grupo em que todos os integrantes são excepcionais em suas funções, mas é inegável que Gilbert e Sheehan ainda conseguem se destacar. Os dois são monstros! Impossível não ficar embasbacado ao vê-los em ação. Cada um dos dois teve seu direito de ficar sozinho no palco para desfilarem suas técnicas absurdas; e ouso em dizer que esses momentos foram os pontos altos da noite.
Somente em "Alive & Kickin" que Pat Torpey aparece no palco, para se juntar a seus companheiros num kit de percussão ao lado da bateria, e para fazer backing vocals. Os problemas físicos de Torpey são visíveis, pois demonstra grande dificuldade em movimentar o braço direito. "East/West", do último álbum, é oferecido como homenagem de Torpey aos fãs do mundo inteiro como forma de agradecimento pelo apoio e carinho que tem recebido nesse momento tão complicado. E num momento de grande superação ele senta na bateria para tocar "Just Take My Heart" e "Fragile". É de doer o coração...
Torpey consegue até tocar bem, mas sem a pegada e a força característica, o que fica ainda mais latente porque  o substituto Matt Starr é daqueles bateristas que sentam a porrada, tornando muito díspare quando ele está ausente.
O Bis começou com a super balada “To Be With You”, que mesmo sendo baba, foi a canção mais esperada da noite, mesmo pra aqueles que dizem odia-la.

Outro momento muito esperado é quando os músicos do Mr Big trocam de instrumentos, geralmente pra executar uma cover de um grande clássico do Rock; e o escolhido da vez foi "Living After Midnight" do Judas Priest, com Gilbert tocando muito bem bateria, Martin no baixo, Torpey cantando, e Starr e Sheehan nas guitarras. 
E por falar em cover, com Torpey de volta à bateria, a banda se despediu com "Mr.Big", clássico do Free, que serviu de inspiração para batizar o grupo de Gilbert & Cia.
Em tempos de shows com ingressos caríssimos, é um ótimo negócio ter a oportunidade de assistir a dois shows pelo preço de um. Que outras bandas sigam o exemplo.


Setlist Winger:
Midnight Driver of a Love Machine
Easy Come Easy Go
Hungry
Pull Me Under
Down Incognito
Guitar Solo (Donnie Smith)
Rat Race
Drum Solo (Rod Morgenstein)
Miles Away
Headed for a Heartbreak
Can’t Get Enuff
Madalaine
Guitar Solo (Reb Beach)
Seventeen

Setlist Mr. Big:
Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)
Gotta Love the Ride
American Beauty
Undertow
Guitar/Bass Duel
Alive and Kickin’
I Forget to Breathe
Take Cover
Green-Tinted Sixties Mind
Out of the Underground
Guitar Solo
The Monster in Me
Rock & Roll Over
As Far as I Can See
Wild World
East/West
Just Take My Heart
Fragile
Around the World
Bass Solo
Addicted to That Rush

Bis:
To Be With You
Colorado Bulldog
Living After Midnight
The Light Of Day
Mr. Big

Um comentário:

  1. Olá J. C. Batista Jr... sou amigo de Pepito e precisava falar contigo se possível sobre ele se possível...Grato segue meu Instagram. @tyes.tatto

    ResponderExcluir