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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

EU NO ROCK IN RIO 2013 - Primeiro Dia

Primeiro tenho que me desculpar pela longa ausência, e por ter praticamente abandonado o Blog. A correria do dia a dia nem pode servir como álibi, pois sempre consegui arrumar tempo pra escrevere fazer a postagens. Então  prometo voltar com força total.
E começando em grande estilo, com minha cobertura sobre o Rock In Rio 2013.
Como já narrei em outras postagens, eu fui à primeira edição do Rock in Rio em 1985, e estive em todas as outras realizadas no Brasil. Por isso acompanho com atenção e empolgação todas as motícias sobre o Festival.
Comprei ingresso para todos os dias, pois havia atrações que me interessavam em todas as datas, ou no Palco Mundo, ou no Sunset, ou em ambos.
Na sexta-feira dia 13, saí do trabalho e fui direto para à Cidade do Rock. Como não consegui comapanhia, fui sozinho mesmo, chegando lá por volta das 18 15 h, e escutei Maria Rita cantando "O Que É o Que É" de Gonzaguinha. Entrei sem nenhuma dificuldade ou fila, passando por duas revistas entes de entregar o ingresso e atravessar a roleta.
Assim que entrei finalmente, fui tomado por uma forte emoção e não consegui segurar as lágrimas. Sei que o Rock in Rio virou uma marca comercial, aonde muita gente que não merece acaba se aproveitando, mas pra mim o Festival ocupa um lugar de grande importância em minha vida, em cada uma de suas edições (1985, 1991, 2001, 2011 e 2013).
Me dirigi ao Palco Mundo, de onde pude ver pelo telão a Maria Rita encerrando sua apresentação com "Cara Valente" no Sunset.
Precisamente às 18 30h, uma queima de fogos anunciou a abertura oficial do Palco Mundo do Rock In Rio 2013, a quinta edição do maior festival de música da América Latina.
"Cazuza - O Poeta Está Vivo" foi o escolhido como abertura, e ficou longe de ser um show perfeito. Mas a banda era só formada por feras como o guitarrista Fernando Vidal, o baixista Liminha, o baterista Cesinha, entre outros. E alguns dos cantores convidados tiveram íntima ligação com o homenageado, e outros estranhamente foram escalados sem ter a menor intimidade com o repertório.
O primeiro cantor a se apresentar foi o grande Paulo Miklos. O vocalista acabara de passar por uma perda terrível que foi a morte de sua esposa no mês passado, mas se mostrou bastante empolgado, começando com "Vida Louca Vida" ( de Bernardo Vilhena e Lobão, este último fez duras críticas ao show, e da inclusão de sua composição sem aviso prévio).
Miklos é um dos melhores voclistas do Rock Nacional, e cantou bem como de costume, mas pegou um pouco mal o fato dele não ter decorado as letras, e de a todo momento olhar para as anotações espalhadas pelo palco, o que justificou o uso de óculos durante a apresentação. Mas compensou bem com sua presença de palco e carisma.
Em "Down Em Mim", Paulo apresentou Rafael, filho do Frejat, que já é um grande guitarrista, que demonstra ter assim como o pai, muito feeling e pegada. A platéia desconhecia a canção, e não se  interessava por Blues e solos de guitarra, por isso "cagou um balde". A galer só se empolgou em "Exagerado", onde no meio da canção Paulo Miklos anunciou a enfadonha Maria Gadu.
Pra mim, Maria Gadu é um grande mistério. Ela conseguiu em seu disco de estréia colocar 3 músicas em novelas globais. Quando ainda era pouco conhecida, abriu o show da Joss Stone em 2009. Alguns anos depois saiu em turnê dividindo os shows com ninguém menos que Caetano Veloso.
Em 2011 ela já havia participado do show de abertura do Rock In Rio, cantando "Loirinha Bombril" com Paralamas do Sucesso e Titãs. Agora em 2013, ela foi convidada mesmo sem ter nada a ver com a vida ou obra do Cazuza. O resultado foi pífio, pois além de não ter carisma, o tom escolhido em "Faz Parte do Meu Show" e "Bete Balanço" não foi o ideal para a sua voz anasalada, o que gerou muita desafinação.
Bebel Gilberto entrou sensualizando, com vestido sexy e dancinha engraçada. Ela que foi amiga pessoal do Cazuza, não conseguiu empolgar a platéia, e também foi prejudicada pelo tom que esteva muito baixo pra sua voz. Estava tão desconfortável, que ela alternava as oitavas pra tentar cantar com mais desenvoltura. Não conseguia, pois o tom ficava baixo pra oitava normal, e quando ela subia ficava muito alto. Ela passou esse sufoco em "Todo Amor Que Houver Nessa Vida" e "Preciso Dizer Que Te Amo" (onde ela é um dos co-autores, ao lado de Cazuza e de Dé, o baixista original do Barão Vermelho).
Bebel foi salva por Rogerio Flausino que cantou com ela "Solidão Que Nada". Não gosto de Flausino como cantor, e acho o Jota Quest uma das bandas mais água com açúcar do cenário nacional; mas tenho que dar o braço a torcer para o cara: ele mandou bem! Com o figurino semelhante aos usado pelo homenageado, Rogério mostrou simpatia, desenvoltura e até afinação na romântica "O Nosso Amor A Gente Inventa" e na engajada "Ideologia".
Merecidamente o mais aplaudido foi Ney Matogrosso, que abriu com a emblemática "O Tempo Não Pára". Usando um figurino que ficaria ridículo em qualquer artista do mundo (exceção talvez para David Bowie), que nele caiu como uma luva, Ney emocionado pôs o Rock in Rio todo pra chorar com a linda "Codinome Beija-Flor". Encerrou a apresentação, a melhor da homenagem, com "Brasil".
No telão apareceu Cazuza em cena em pleno Rock In Rio de 1985, feliz da vida e cheio de atitude se dirigindo ao público. Como num túnel do tempo, estavam ali no palco Roberto Frejat (guitarra), Dé (baixo), Maurício Barros (teclados) e Guto Goffi (bateria), os membros originais do Barão Vermelho e  companheiros do homenageado, novamente reunidos para executarem "Blues da Piedade" e "Por Que A Gente É Assim?", dois exemplos do que o Blues e Rock Brasileiros têm de melhor.
Com todos os músicos e cantores de volta ao palco a festa se encerrou com "Pro Dia Nascer Feliz". Antes mesmo da música acabar, saí correndo para o Palco Sunset pra não perder o começo do Living Colour.
 SETLIST "Cazuza - O Poeta Está Vivo":
1- Vida Louca Vida (Paulo Miklos)
2- Down Em Mim (Paulo Miklos)
3- Exagerado (Paulo Miklos e Maria Gadu)
4- Faz Parte do Meu Show (Maria Gadu)
5- Bete Balanço (Maria Gadu)
6- Todo Amor Que Houver Nessa Vida (Bebel Gilberto)
7- Preciso Dizer Que Te Amo (Bebel Gilberto)
8- Solidão Que Nada ((Bebel Gilberto e Rogério Falusino)
9- O Nosso Amor A Gente Inventa (Rogério Falusino)
10- Ideologia (Rogério Falusino)
11- O Tempo Não Pára (Ney Matogrosso)
12- Codinome Beija-Flor (Ney Matogrosso)
13- Brasil (Ney Matogrosso)
14- Blues da Piedade (Barão Vermelho)
15- Por Que A Gente É Assim? (Barão Vermelho)
16- Pro Dia Nascer Feliz (Barão Vermelho e Todos)

Me perguntaram o que eu vim fazer hoje no Rock in Rio. Resposta: Living Colour, porra! Uma das maiores bandas de todos os tempos. E nao tinha mais do que cinquenta pessoas presentes quando Zé Ricardo (o organizador do Palco Sunset) anunciou com empolgação a banda.
Era a melhor atração da noite. Só que escalada no dia errado, pois na Cidade do Rock só havia fãs de Ivete e Beyonce que nunca tinham ouvido se quer falar no grupo de Vernon Reid e Cia.
Na primeira música já mostraram ao que vieram, com o poderosa "Cult of Personality", justamente a faixa de abertura do álum de estréia "Vivid", que completa 25 anos de seu lançamento. E esse disco foi a base do setlist, que ainda trouxe "Middle Man", "Deseperate People", "Open Letter (To A Landlord)", " Funny Vibe" e "Glamour Boys".
No decorrer do show foi chegando mais gente, que não deve ter somado 500 pessoas. Mas os músicos não se mostraram incomodados e tocaram com muita garra, provando aos presentes todo o poder e vigor do som do Living Colour.
Todos são monstros em suas funções. Vernon Reid como de costume soltava faíscas da guitarras e seus longos e preciosos solos de guitarra. Doug Wimbish mandava seus grooves de baixo cheios de efeitos e balanço, enquanto Will Calhoun sentava a mão na bateria com suas levadas pesadas e cheias de intervalos quebrados. Mas quem matou a pau foi mesmo o vocalista Corey Glover; além da presença de palco, e de não parar um minuto parado, chegando a se jogar no público por mais de uma vez, o cara arrebentou: tanto nos falsetes de puro improviso soul, quanto nas notas mais graves. Eu que já estava indo pro meu quarto show do Living Colour também fiquei embasbacado.
Quando a cantora Angelique Kidjo, uma grande dama da música africana, entrou em cena, a banda mostrou versatilidade e intimidade com os ritmos da África. Em um instante o show de Hard Rock virou  world music, que ainda contou com a colaboração de um guitarrista que veio ao palco com Kidjo.
Angelique cantou duas canções de seu repertório "Afirika" e "Malaika", e sempre mostrando muito bom humor pedia palmas e desafiava Corey Glover em duetos vocais e o puxando a todo momento para dançar e rebolar.
Depois ela cantou com Corey a belíssima balada Jazz/Blues "Love Rears Its Ugly Head" e o clássico de Jimi Hendrix "Voodoo Child", onde os dois guitarristas tiveram a chance de brilhar.
Fecharam com "Solace Of You", canção do Living Colour inspirada nos ritmos e na sonoridade do Pop africano, que possui o Riff de guitarra "estranhamente" muito parecido com "Alagados" dos Paralamas do Sucesso.
O show acabou sendo curto pra tanto talento e principalmente pra quantidades de músicas boas que ficaram de fora, como "Type" e "Elvis Is Dead", só pra citar as mais famosas.
 SETLIST Living Colour:
1- Cult Of Personality
2- Middle Man
3- Deseperate People
4- Open Letter (To A Landlord)
5- Funny Vibe
6- Glamour Boys
7- Afirika (com Angelique Kid Jo)
8- Malaika (com Angelique Kid Jo)
9- Love Rears Its Ugly Head (com Angelique Kid Jo)
10- Vooddo Child (com Angelique Kid Jo)
Bis:
11- Solace Of You (com Angelique Kid Jo)

Tinha pouca gente no Show do Living Colour. Mas quem estava lá sabia das coisas... Toni Garrido do meu lado, e depois encontrei o fera da guitarra blues Big Joe Manfra. O cara é super simpático, conversamos como amigos de longa data. Manfra me disse que toca guitarra por causa do Iron Maiden. Quem diria?....
Ele me contou que veio ao Rock In Rio convidado por Vernon Reid e Will Calhoun que se apresentaram com seus trabalhos solo no excelente Festival de Jazz e Blues de Rio das Ostras, aonde Manfra é um dos organizadores.

Show da Ivete Sangalo no Rock In Rio? Não perdi meu tempo... Fui a um dos stands do Clube Social onde havia almofadas pra se deitar... Depois gastei R$29,00 por um prato de Yakisoba e uma Caca Zero... Sinceramente não entendo por que todo mundo ama essa mulher...
Aceito na boa que no Rock In Rio existam dias dedicados ao Pop por exemplo, apesar do no nome do Festival ter a palavra "Rock". Até porque desde sua primeira edição ele traz no seu line up artistas não Rockeiros como Alceu Valença e bandas Pop como B52's. O diferencial que eram sempre artistas de qualidade inquestionável, o que lamentavelmente não acontece mais hoje em dia.
Continuando minhas lamúrias... Alguém consegue me citar alguma banda ou músico de Rock que foi convidado a se apresentar numa Micareta ou numa Rave? Não!!! Porque nunca aconteceu... Então pra que o Medina escala Ivete Sangalo, David Guetta, Claudia Leite e outras atrocidades pra tocar no Rock In Rio? Vou parar de reclamar quando convidarem o AC/DC pra tocar no Carnaval de Salvador, o Sepultura pra dividir o trio elétrico com o Asa de Águia e o ZZTop pra tocar numa Rave
Na boa, não entendo qual é a graça de ver num show um carinha sozinho no palco apertando botões, colocando sons pré-gravados pra tocar, levantando as mãos pro alto e pedindo coros... Pois é exatamente isso que se trata de uma apresentação de um DJ. David Guetta? Estou velho pra isso... Na verdade acho q já nasci velho pra isso...
Guetta não se contém em apenas tocar o seu material. Ele tem que estragar as músicas de outros artistas. Ouça o que ele fez com "Lock Out Of Heaven" do Bruno Mars, que no original acho bem bacaninha com sua levada que lembra o The Police.
Sinta o drama:
"Lock Out Of Heaven" do Bruno Mars original:


E a versão estragada por David Guetta:

Acho que não preciso dizer mais nada...

Ver o show da Beyonce so provou o que eu ja sabia. A moça é uma potranca de raça. Brilha no palco. Canta e dança muito. Mas seu repertorio é fraco demais, apesar do setlist ser praticamente formado por sucessos.
Lançando mão de vídeos superproduzidos no telão, com temas pré-gravados para preencher os espaços vazios deixados pelas cinquenta mil trocas de roupa, todas originandos looks super sensuais e que arrancam gritos de "gostosa!", ou fazem com que o pensamento de alguns se percam na luxúria e esqueçam das músicas. Talvez esse é exatamente o resultado esperado.
Uma coisa curiosa e paradoxa, é  que Beyonce apoia o novo movimento feminista que busca tirar  mulher da submissão ao homem, que em muitos casos as colocam na sociedade. O meu espanto está no fato de que tal atitude se perde já pelo nome escolhido pra batizar sua turnê mundial: "The Mrs. Carter Show World Tour" - uma referência ao marido Shawn Carter, o rapper Jay-Z.
Beyonce é acompanhada por uma banda formada apenas por mulheres, todas grandes musicistas, com destaque para a guitarrista e a baterista. Só que o som é tão propositalmente pausterizado e cheio de efeitos onde toda alma dos instrumentos é retirada.

O Show agradou aos inúmeros fãs, formados na maioria por mulheres de várias idades, e pelas bibas que imitavam todas as coreografias e sabiam todas as letras de cor.
Foi uma experiência interessante assistir ao show, mas achei totalmente desnecessario mandar o "Leke, Leke" no final. Será que Funk Carioca é tudo que ela conhece da musica brasileira?

SETLIST Beyonce:
1- Run the World (Girls)
2- End of Time
You Are a Queen (Interlude)
3- If I Were a Boy
4- Get Me Bodied
5- Baby Boy
6- Diva
Naughty Girl (Interlude)
7- Naughty Girl
8- Party
Express Yourself (Diplo song) (Interlude)
9- Freakum Dress
10- Why Don't You Love Me
11- 1+1
12- Irreplaceable
13- Love on Top
Countdown (Interlude)
14- Crazy in Love
15- Single Ladies (Put a Ring on It)
Bis:
16-  I Was Here
17- I Will Always Love You
18- Halo
19- Passinho do Volante (Leke, Leke, Leke)