Total de visualizações de página


quinta-feira, 13 de junho de 2013

10 de Junho de 2013 - PAT METHENY NO VIVORIO

Pat Metheny é considerado por muitos como o maior guitarrista da história do Jazz. E na verdade não há muito exagero nisso, porque é inegável a sua importância e influência que transcende os estilos musicais. Metheny é um gênio, que começou sua carreira aos 8 anos de idade tocando trompete. Aos 12 anos passou para a a guitarra, e aos 15 já tocava com as melhores bandas de Jazz de sua cidade. Em 1976, ele explodia para o mundo, com o disco “Bright Size Life”, lançado em parceria com o antológico baixista Jaco Pastorius.
Sua ligação com o Brasil passou a ser íntima, a partir dos anos 80 quando começou a amizade e parcerias musicais com Milton Nascimento. Daí em diante, a música brasileira passou a ser uma forte influência para sua sonoridade, que é uma das mais perfeitas traduções para o termo “Fusion”, onde  mistura a World Music com o Jazz Tradicional e o Moderno, além de Rock e Música Erudita.
Além de exibir técnica apuradíssima em seu instrumento, Pat sempre foi um pesquisador em sonoridades e sempre se interessou com a tecnologia para a formação de seu estilo. Ao longo dos anos, ele desenvolveu pedais de efeito, e criou novos instrumentos. Um exemplo clássico é a guitarra Pikasso, que é um misto de violão, harpa e cítara com 42 cordas.
E com um leve atraso de meia hora, Pat Metheny abre a ´ltima noite do BMW Jazz Festival, sozinho no palco, justamente com sua Pikasso, e de cara deixa a platéia embasbacada tirando sons inacreditáveis daquele exótico instrumento.
A Unity Band entra em seguida, num sucessivo show de improvisos fenomenais. Todos os músicos tem seu espaço pra brilhar, E Pat é generoso e vibra com cada exibição realizada por seus colegas de banda. A empolgação só era maior na platéia, que ovacionava os artistas ao fim dos solos.
Um bonito trabalho também foi realizado pelos responsáveis pela iluminação. As luzes do palco mudavam de tons azulados a tons vermelhos de acordo com o clima que as canções criavam.
O setlist teve com destaque o último disco lançado pelo guitarrista e sua banda, sem deixar de lado os temas mais famosos como “James”. Tom Jobim foi homenageado no clássico eterno  “Insensatez”, que ganhou um arranjo caprichado.
A surpresa foi a a orquestra mecânica chamada de “Orchestrion”, desenvolvida pela LEMUR (Liga de Robôs Urbanos Musicais Eletrônicos), onde Metheny através de sua guitarra dispara os comandos de um kit de bateria, um xilofone, um acordeon, e um instrumento feito de garrafas de vidro (fotos abaixo), que junto com a banda, criavam um som viajante e hipnótico.
Quase na metade da apresentação, Pat se dirige ao público com enormes frases em inglês, agradecendo a chance de voltar ao Brasil e especialmente ao Rio, declarando seu amor ao nosso país e a nossa música, e por fim apresenta os músicos. Depois pede desculpas, e em português, explica que ele fala o nosso idoma todo dia, mas quando sabe que há pessoas que falam inglês, por causa da timidez tem  vergonha de passar por algum deslize com a nossa língua.
Na parte final do show, Metheny se apresentou em “duos” com cada músico da banda. Começando pelo saxofonista Chris Potter, depois o baixista Bem Williams, e por fim o baterista Antonio Sanchez que acompanha Pat há muito anos.

O bis foi triplo, com direito a Metheny tocando sozinho ao violão uma versão instrumental de "This Is Not America", parceria com David Bowie, que entrou na trilha sonora do filme "A Traição do Falcão" ("The Falcon and The Sowman", de 1985).
Depois de mais de duas horas de ótima música, a platéia ainda pediu um quarto bis, pois todos os presentes sabiam do grande privilégio de estar diante de um músico tão extraordinário. Mas ninguém saiu chateado por não ter o pedido concedido, afinal foi um verdadeiro showzaço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário