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sábado, 15 de dezembro de 2012

30 de Novembro de 2011 - GLÓRIA Na Lona de Jacarepaguá (RJ)

Meu primeiro contato  com o Glória foi há alguns anos, quando a banda participou de um dos raros programas da MTV onde se tem música. Não me lembro se foi no Acesso MTV, o grupo tocou ao vivo, e me chamou a atenção pela sonoridade pesada. Também me causou estranheza as letras com uma certa conotação romântica;  e a voz gutural do vocalista principal que eram alternados pelas intervenções vocais melodiosas feitas por um dos guitarristas, que me fizeram lembrar do Fresno.
Definitivamente não é o som que faz a minha cabeça. Entretanto, a banda não entrou pra lista das coisas que eu considero insuportável no Rock atual, como  NXZero e CPM22.
Depois só fui ouvir falar novamente no Glória quando foram escalados para abrir no palco principal, o  "Dia do Metal" no Rock in Rio do ano passado. Achei inclusive que não foi uma idéia acertada, pois o grupo era pouco conhecido, e sem contar o fato de que bandas nacionais com mais estradas e muito mais conceituadas como Angra, Sepultura e Korzus estavam escaladas pra tocar no palco secundário, na mesma noite.
Tinha até a curiosidade de assisti-los no Festival, mas acabou que a sua apresentação aconteceu simultaneamente com a do Sepultura & Tambours du Bronx, e é claro que optei em ver a segunda atração.
O conceito que eu tinha sobre o Glória aumentou quando soube que o fenômeno Eloy Casagrande havia assumido o posto de baterista. E fiquei muito curiosa em conhecer o novo batera, quando Eloy se transferiu para o Sepultura.
A oportunidade de conhecer melhor o Glória surgiu quando descobrir que eles se apresentariam pertinho da minha casa, na Lona Cultural de Jacarepaguá.
Acabei chegando tarde ao local, e perdi as bandas de abertura. E uma coisa me incomodou logo que cheguei: arrumaram um esquema pra burlar a venda de meia entrada. Normalmente o preço dos ingressos fica em torno de R$25,00. Só que malandramente colocaram uma "promoção" de que o "Xs" primeiros ingressos seriam vendidos como meia entrada. Até aí tudo bem... A sacanagem que o valor era R$20,00. Assim, na prática todo mundo acabava comprando o preço de inteira.
Mesmo contrariado, adquiri as entradas, e eu e a Mell fomos pro show.
Confesso que lá dentro me senti um peixe fora d'água. A galera tinha em média 15 anos de idade, e sabia todas as letras de cor. O público era pequeno, mas a molecada estava empolgadíssima e fazia bastante barulho, e abria animadas rodinhas de porrada.
A banda mostrava que estava bem entrosada e ensaiada. E apesar do som estar bastante embolado, deu pra perceber que os músicos têm qualidade.
O vocalista Mauricio Vieira, o Mi é um figuraça. Ele parece uma caricatura: baixinho, com as pernas curtas e finas, com o tórax e os braços bombados, usando uma camisetinha "mamãe eu tô forte". Sem contar o corte de cabelo que faria o Neymar ficar envergonhado. Fora o visual bastante exótico, era engraçado vê-lo batendo cabeça; toda vez que fazia isso, ele dobrava as pernas e botava as mãozinhas no joelho. Mas fora essas partes cômicas, o cara demonstrou ter bastante fôlego, e sua voz cavernosa, guardada as devidas proporções, deixaria Phil Anselmo orgulhoso.
Os guitarristas faziam um trabalho interessante. Mas duas coisas me incomodaram: as guitarras tinham o som extremanente iguais, tanto no timbre quanto nos efeitos; e os solos eram bastante raros. É.. Não adianta, eu sou completamente old school, me amarro em solos de guitarra. Infelizmente a nova geração parece não ser muito chegada nisso.
João Bonafé, o Johnny se limita no que 90% dos baixistas de Metal fazem: repetir de forma mais grave os Riffs das guitarras, e manter o andamento das canções.
Agora o que me deixou boquiaberto foi a perfomance de Ricky Machado. O moleque toca pra cacete! Com uma técnica insana de pedal duplo, e uma forma totalmente pouco usual de tocar bateria. Usando pouco os tambores, suas viradas eram cheias de pratos e tempos quebrados. A todo momento ele mudava as levadas e alternava os andamentos da música. Pra ser sincero, deu raiva de vê-lo tocando. A sensação que me dava era: "Porra! Quando esse cara vai parar de me humilhar?". E pra meu desespero e admiração ele só parou quando o show acabou. De certa forma é bem raro eu ficar impressionado ao ver um baterista em ação. E esse tal Ricky Machado me fez babar do início ao fim.
Assistir a esse show do Glória não foi suficiente para me transformar num fã. Mas conseguiram conquistar o meu respeito. Ao presenciar a garotada na platéia pulando feliz, imaginei que a maioria deles poderia ser meu filho, afinal já tenho 36 anos de idade. E do alto dessa minha "maturidade", pensei com meus botões: "Se eu já fosse pai, preferiria mil vezes que meu filho fosse fã do Glória, a ter que aturar um herdeiro apreciador de coisas bisonhas como Luan Santana, Michel Teló, Thiaguinho, Latino ou Gustavo Lima.".

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