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terça-feira, 12 de junho de 2012

EU NO FESTIVAL DE JAZZ E BLUES DE RIO DAS OSTRAS 2012 - Terceiro Dia

Depois daquele café da manhã reforçado fomos de carro para a Lagoa da Coca-Cola. O Palco da Lago do Iriry foi cenário de uma das apresentações mais incendiárias do Festival: Roy Rogers & The Delta Rhythm Kings. Roy Rogers já é quase uma lenda no slide-guitar. E a perfomance assombrosa que presenciei confirmam sua lenda. É impressionante a forma que ele toca com slide, deslizando-o freneticamente sobre as cordas da guitarra e do violão. O power trio fez enlouquecer a galera, que dançava, pulava embalada pelo Blues e pelo Rock and Roll, ambos de alta qualidade. O resultado foram mais de duas horas de show, com direito a Bis duplo. E mesmo assim, não queriam deixar que os músicos fossem embora do palco.
Rogers alternou entre uma guitarra de dois braços (cada um com uma afinação diferente) e um surrado  violão de aço. Ele sem dúvida, mostrou que não há limites para a guitarra slide.
Quem também brilhou foi o baterista Billy Lee Lewis. Carismático e sorridente, o carequinha mandou muito bem nas baquetas, preenchendo com ótimas viradas os espaços vazios que são muito comuns no formato de trio. Billy conseguia um ótimo efeito nas constantes mudanças de ritmo e andamento que ele promovia durante a mesma música. A platéia entendia, percebia e vibrava quando isso acontecia.
No final do show consegui encontrar Billy Lee Lewis, para uma foto e um rápido bate-papo. Ele se mostrou pessoalmente até mais simpático. Enquanto esperava por Roy Rogers, comprei seu CD "Split Decision", lançado em 2009, e encontrei meu chará Carlinhos, que usava uma linda t-shirt da Crossroads. Valeu pela divulgação, Carlinhos Bluesman!
Consegui que Roy autografasse o CD, mas a quantidade de fãs e seguranças não permitiu uma foto. Mas tudo bem...
Lá mesmo em Iriry foi avisado que por conta do mal tempo e das ondas fortes, não haveria o show de David Samborn, que estava marcado para às 17 15h no Palco da Praia da Tartaruga. Foi transferido para domingo, 14h, na Lagoa do Iriry.
Então fomos almoçar, porque a noite na Costa Azul ainda tinha muita coisa boa. E a primeira atração da noite foi o baixista camaronês radicado na França Armand Sabal-Lecco.
Confesso que não o conhecia, mas Armand foi uma das sensações do Festival. Com grande presença de palco e simpatia, ele mostrou técnica vigorosa em seu instrumento. Também canta muito bem, em diversos idiomas: frncês, inglês e espanhol. A todo momento ele pedia a participação da platéia, que facilmente foi conquistada.
O cara é um mostro no slap, e não economiza nos pedais de efeitos, em solos brilhantes, cheios de balanço, misturando frases melódicas com percussão. Ao fim, uma grata surpresa, a participação especial do brasileiro Romero Lubambo em dois números, num duelo arrebatador entre o contra-baixo e violão.
O show de Armand Sabal-Lecco é mais um que entra na lista dos melhores desta edição do festival.
Aproveitamos o intervalo para lanchar e fazer gaiatices como as fotos abaixo:

Também entramos na tenda "Túnel do Tempo", onde estavam expostas fotos das atrações das nove edições anteriores do Festival. Putz! Que dor de corno ver que perdi shows antológicos de Naná Vasconcelos & Yamandu Costa, Egberto Gismonti, Richard Bona, Vitor Biglione, Stanley Jordan & Armandinho, John Mayall, Wagner Tiso, Vernon Reid, Sergio Dias, Spyro Gyra, The Yellow Jackets, Bill Evans...

Voltando a edição desse ano, a dupla Mike Stern e Romero Lubambo fez o repeteco que serviu pra me mostrar que os shows na Tartaruga e no Iriry são bem melhores. Os motivos são muitos. Em palcos menores os músicos ficam mais a vontade e descontraídos; a platéia fica mais próxima, o que empolga mais os artistas que acabam tendo a perfomance melhor, com o resultado final de show mais quentes e animados.
No Palco principal da Costa Azul é bem maior,  o público fica mais longe, e em sua maioria está sentado. Assim tudo fica mais frio e com menos emoção.
Por favor, não me entendam mal, o show de Stern & Lubambo não foi ruim, muito pelo contrário. Mas o de quinta-feira na Pria da Tartaruga foi muito melhor, apesar do setlist ter sido idêntico.
Aproveito para destacar o maravilhoso baterista, que infelizmente ainda não descobri o nome. Muito fera, no nível de Billy Cobhan, grande atração dã edição 2012 do Festival.

Coube a Duke Robillard a resposabilidade de manter o público aceso, depois do showzaço de Stern & Lubambo. Currículo pra isso ele tem. Robillard é um dos membros fundadores da Roomful of Blues, e substituiu Jimmie Vaughan nos Fabulous Thunderbirds (em 1990), e menteve uma respeitosa carreira solo. O que atrapalhou foi mais uma vez a chuva, que dessa vez veio acompanhada de muito frio. Mesmo assim ele brindou a todos com um repertório de muita classe, com o fino do blues, com pitadas da sofisticação do Jazz e com a força do Rock and Roll. Seu fraseado de guitarra é elegante, muito próximo ao de gente da estirpe de B.B. King.
Eu e Mell viemos preparados com guard-chuva, mas não deu pra aguentar por muito tempo. Por causa do vento, a chuva nos molhava, e o frio somados com o nosso cansaço e sono impediu que víssemos a útima atração da noite, a Big Time Orchestra, de Curitiba.

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