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terça-feira, 24 de abril de 2012

RESENHA: CD VAN HALEN - A DIFFERENT KIND OF THRUTH

Admito meu atraso: estou fazendo a resenha em abril, de um álbum que foi lançado em fevereiro. É que a falta de tempo, e os vários acontecimentos que tinham que ser registrados no Blog, evitaram que eu fizesse o post. São os mesmos motivos de eu ainda não ter feito a crítica do novo disco do Paul McCartney, que em breve postarei aqui.
Antes da resenha propriamente dita, é bom destacar alguns pontos importantes sobre "A Different Kind Of Truth". Ele é o décimo segundo disco da banda,sendo o primeiro álbum de inéditas desde "Van Halen III", lançado em 1998, que trazia Gary Cherone (ex Extreme) nos vocais. O CD também marca a volta do vocalista original David Lee Roth, que saiu do Van Halen há exatos 28 anos, após a gravação do multiplatinado "1984". Lee Roth chegou a gravar com a banda duas músicas, em 1996, para o "The Best Of Volume I": as inéditas "Can't Get This Stuff No More" e "Me Wise Magic".
David Lee Roth voltou ao Van Halen em 2007, para fazer shows. Nesse meio tempo, o baixista original Michael Anthony, saiu brigado, e atualmente faz parte Chickenfoot,ao lado do ex-companheiro de Van Halen, Sammy Hagar nos vocais, Joe Satriani na guitarra e do chilli pepper Chad Smith na bateria. Eddie Van Halen optou por uma solução caseira, convocando seu filho Wolfgang (atualmente com 21 anos), que acompanha o pai em suas turnês desde 2006, e faz sua estréia fonográfica em "A Different Kind Of Truth". “Tattoo” abre o disco, com o refrão que gruda no ouvido, e talvez por isso tenha sido escolhida como o primeiro single do álbum. O CD todo é pesado, com sonoridade setentista, a mesma do disco de estréia da banda, em 1978; a diferença que o som é, digamos anabolizado pelos avanços da tecnologia. Acredito que essa onda tenha sido proposital para lembrar dos tempos mais primórdios e a fase áurea com o vocalista Dave Lee Roth. Isso tudo é justificado na faixa “She’s The Woman”, com seu riff de guitarra matador, que foi registrada primeiramente em 1976, e ficou esquecida tornando-se item de colecionador, até o lançamento da nova versão. OK, os críticos vão dizer o óbvio, que Roth não tem mais a potência vocal de antes. E nem poderia ter, afinal o tempo passa pra todo mundo, inclusive para os Rock Stars. Mas potência nunca foi a principal marca do vocal de Dave. Ele é uma espécie de Martinho da Vila do Hard Rock; e não há nada de pejorativo nessa comparação. Assim como Martinho revolucionou o samba com as suas divisões e seu canto que se aproxima da fala, e conseguiu traduzir em música a essência da malandragem carioca; Dave Lee Roth criou sua marca registrada ao cantar suas letras sacanas com uma métrica única e original, se aproximando um pouco do que mais tarde seria chamado de Rap, diferenciando-se pela presença de melodia e de suingue, ausentes no Hip Hop e Nu Metal, principalmente nos rappers atuais. “You And Your Blues” traz exatamente esse talento de Lee Roth, realizando uma interessante performance vocal alternando tons altos com momentos extremamentes graves. A canção apesar de lenta e arrastada, é cheia de peso, com Eddie soltando fogo pra todos os lados. “China Town” é a vez de Alex Van Halen brilhar, detonando no bumbo duplo, lembrando o clássico “Hot For Teacher” do disco “1984”. Alex é um daqueles bateristas com personalidade, que o ouvinte consegue identificar rapidamente, assim como John Bonham e Stewart Copeland. Em "A Different Kind Of Truth", o cara mostra que um dos grandes, sempre com a simplicidade dos mestres.
Em “Blood And Fire”, o Van Halen exerce a sua veia mais Pop. Já “Bullethead” é Rock and Roll sem frescuras, rápido, soando quase como Punk, se não fosse o virtuosismo do arranjo de guitarras. "Stay Frosty” começa no violão de aço como se fosse um Blues, até a porradaria começar numa quebradeira nesse Heavy Country Blues.
O restante do disco a banda continua com a mesma pegada pesada. “A Different Kind Of Truth” mostra que o Van Halen voltou não só pra encher o bolso em turnês mundiais (que espero passar pelo Brasil), pois fizeram questão de lançar esse disco de inéditas, que na minha opinião vai agradar a você que aprecia o bom e velho Rock and Roll.
Wolfgang Van Halen faz seu trabalho de forma eficiente e discreta, da mesma forma que atuava seu antecessor Michael Anthony, que sempre se preocupou mais com a música do que em aparecer. Concordo que um álbum pra marcar época, obrigatoriamente tem que trazer inovações sonoras e novidades. Mas o Van Halen nunca teve essa pretensão. A preocupação sempre foi apresentar qualidade nas interpretações e perfomances, com a banda sempre afiada, com músicas bacanas e bem produzidas. O novo CD oferece tudo isso. Pode ser mais do mesmo, mas é um mesmo que é cada vez mais raro nas bandas de hoje.
Pra mim “A Different Kind Of Truth”  é um excelente disco de Hard Rock. Músicas azeitadas e na pressão, executadas com precisão e talento. Me pergunto,  por que as novas bandas e a  garotada não conseguem mais tirar um som desses.

2 comentários:

  1. O VAN HALEN CONTINUA TOCANDO BEM COMO SEMPRE, PORÉM ACHEI AS COMPOSIÇÕES BASTANTE FRACAS COM POUCAS EXCESSÕES. OS VOCAIS DE DAVID LEE ROTH ESTÃO BEM AQUEM DO QUE OUVIAMOS NOS SEUS DISCOS SOLOS. O GRUPO CARECE DE UM MATERIAL MAIS CONSISTENTE; PORÉM ACHO DOFICIL CONSEGUIR CRIAR ALGO ORIGINAL DOS DIAS DE HOJE. COTAÇÃO CIRCUS: SAVORY FOR SPECIAL TASTES

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    1. Meu caro, respeito a sua opinião, mas achei o material bem consistente, uma sonzeira da porra.
      Valeu pelo comentario, o grande abraço

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